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A Lei nº 14.802/2024, que institui o Plano Plurianual (PPA) da União para o período de 2024 a 2027, estabelece cinco agendas transversais: crianças e adolescentes, mulheres, igualdade racial, povos indígenas e meio ambiente.

 

Dentre os temas abordados no novo PPA, destacam-se as chamadas “agendas transversais”, que são definidas como um “conjunto de atributos que encaminha problemas complexos de políticas públicas, podendo contemplar aquelas focalizadas em públicos-alvo ou temas específicos, que necessitam de uma abordagem multidimensional e integrada por parte do Estado para serem encaminhados de maneira eficaz e efetiva.”

 

A Agenda Transversal Ambiental, lançada pelo Governo Federal em 25/01/2024, é um documento que reúne objetivos, metas, entregas e medidas institucionais da área ambiental que compõem o Plano Plurianual (PPA) 2024-2027. É a primeira vez que a pauta ambiental consta como agenda transversal no PPA.

 

Há várias diretrizes interessantes para o setor de infraestrutura no âmbito da Agenda Transversal Ambiental – PPA 2024-2027. O relatório divulgado pelo Governo Federal sistematiza os compromissos para os próximos quatro anos na área ambiental em sete dimensões: 1) prevenção e controle do desmatamento e combate a incêndios; 2) conservação, proteção e recuperação da biodiversidade, de ecossistemas e biomas; 3) gestão e conservação dos recursos hídricos; 4) gestão e conservação dos recursos marinhos e zona costeira; 5) bioeconomia; 6) qualidade ambiental em áreas urbanas e rurais; e 7) enfrentamento da emergência climática.

 

Destacamos, especificamente para o setor de infraestrutura, as seguintes diretrizes relevantes:

 

(i) no âmbito estratégico do PPA, dentre os objetivos estabelecidos no Eixo “Desenvolvimento Social e garantia de direitos”, prevê-se o objetivo 1.11. Incentivar a transição para cidades criativas e sustentáveis, com investimentos integrados em mobilidade, habitação, saneamento básico, equipamentos sociais e infraestrutura;

 

(ii) no âmbito da “Qualidade ambiental em áreas urbanas e rurais”, em especial para o saneamento básico, encontram-se descritos os seguintes objetivos: 7.3.1 Ampliar o acesso da população aos serviços adequados de esgotamento sanitário no meio urbano e 7.3.2 Ampliar o acesso aos sistemas e às soluções alternativas de esgotamento sanitário no meio rural (a meta para este objetivo específico é concluir, até 2027, 2.489 empreendimentos de infraestrutura de sistemas ou soluções alternativas de esgotamento sanitário no meio rural);

 

(iii) no que se refere à “Mineração segura e sustentável”, destacam-se os objetivos de 7.7.1 Estimular a adoção de práticas sustentáveis no setor mineral brasileiro e 7.7.2 Aumentar a segurança da mineração para a sociedade brasileira, que também estão previstos nos itens 8.9.1 e 8.9.2;

 

(iv) ao tratar do “Enfrentamento da emergência climática”, o relatório indica, dentre outros, os seguintes objetivos: 8.1.1 Ampliar a adoção de medidas de mitigação e adaptação à mudança do clima   via biocombustíveis, 8.8.3 Viabilizar a expansão da rede básica de transmissão de energia, com ênfase em Transição Energética, 8.8.6 Reduzir a participação da geração de energia a diesel nos sistemas isolados, 8.8.7 Ampliar o suprimento de minerais estratégicos para a transição energética e 8.8.8 Promover a eficiência energética no uso final de energia; 8.10.1 Reduzir a intensidade de emissões de CO2 da aviação civil brasileira, 8.11.1 Conceder rodovias utilizando mecanismos aprimorados, modernos e sustentáveis, 8.12.1 Aumentar a eficiência da malha ferroviária de maneira sustentável, 8.13.1 Ampliar a produção nacional da indústria e de serviços, em bases sustentáveis, com maior valor agregado, intensidade tecnológica e inovação, 8.13.2 Promover o desenvolvimento da economia verde ampliando a sua participação na indústria brasileira, 8.16.1 Apoiar a elaboração de instrumentos de planejamento e gestão urbanos municipais ou interfederativos que incluam temas relacionados à adaptação das cidades à mudança do clima e à transformação digital, 8.17.1 Melhorar a qualidade de vida urbana, condições de habitabilidade e segurança da posse em periferias urbanas.

 

A Agenda Transversal Ambiental certamente contribui para a visão de futuro democraticamente consolidada no PPA Participativo. A construção de “um país democrático, justo, desenvolvido e ambientalmente sustentável, onde todas as pessoas vivam com qualidade, dignidade e respeito às diversidades”, por sua vez, mantém sua íntima relação com a prosperidade e sustentabilidade dos projetos de infraestrutura em múltiplas frentes.

 

O Relatório está disponível para acesso aqui.

 

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No último ano, os investimentos públicos em infraestrutura foram significativamente baixos em relação às necessidades do setor. Para ampliar as fontes de financiamento, foi sancionada a Lei n. 14.801/2024, que instituiu as debêntures de infraestrutura, visando a atrair investimentos privados.

 

Rodrigo Petrasso, nosso sócio especialista em projetos privados, destaca que ditas debêntures, juntamente com o Novo PAC, podem elevar o país ao nível de investimento requerido. No entanto, apesar dos esforços, ainda estamos distantes desse patamar e é necessário continuar aprimorando outros mecanismos para alcançar esse objetivo.

Confira na íntegra aqui.

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Novo procedimento de enquadramento no REIDI

 

 

 

 

Pontos de destaque positivo

 

  • TITULARIDADE: O §1º, inciso I, do art. 2º determina que o Formulário de Informações deve conter informações sobre “a Pessoa Jurídica titular ou futura titular da unidade consumidora (…)”. Portanto, não teremos mais empecilhos como eventuais pareceres de acesso que não estão em nome do titular ainda. A princípio, basta indicar o futuro titular do projeto.

 

  • INFORMAÇÕES E DOCUMENTOS APRESENTADOS: As informações que devem ser apresentadas e comprovadas no Formulário de Informações são as mesmas contidas na Portaria 318/2018 do MME e que o Toledo Marchetti tem apresentado nos requerimentos já apresentados à ANEEL (art. 3º, §1º).

 

  • PADRONIZAÇÃO PELA ANEEL: Embora a Portaria obrigue cada Distribuidora disponibilizar o Formulário de Informações, há possibilidade de padronização pela ANEEL dos Formulários (art. 3º, §3º), bem como padronização e unicidade de sistema para protocolar tais Formulários (art. 5º, parágrafo único).

 

  • PRAZOS PARA RESPOSTAS: Em teoria, tanto as Distribuidoras, quanto a ANEEL, têm prazos definidos para análise dos requerimentos de enquadramento ao REIDI. Mesmo que não haja sanção prevista pelo não cumprimento do prazo, abre margem para ingresso de Mandado de Segurança em face à autoridade coatora, caso não cumpra o prazo estabelecido na legislação.

 

 

Pontos de destaque negativo

 

  • BUROCRACIA: Há mais um passo no procedimento – envio de requerimento primeiro à Distribuidora competente – para, depois, a ANEEL analisar e, em sequência, o MME publicar a Portaria. Para além de uma demora no procedimento, destaca-se também possibilidade de conflito de interesse das Distribuidoras com os players e atrasos propositais (art. 2º).

 

  • FORMULÁRIO DE INFORMAÇÕES: Como cada Distribuidora terá competência para analisar os requerimentos, também cada uma tem o dever de criar e disponibilizar o Formulário de Informações. Portanto, podemos ter diversos modelos e tipos de formulários em todo território Nacional (art. 3º)

 

  • PADRÃO DE INVESTIMENTOS: A Portaria conta com o Anexo I, que traz uma tabela de limite de referência para investimentos em centrais de minigeração distribuída para fins de enquadramento no REIDI (Anexo I). Portanto, caso o investimento seja maior do que o tabelado, a princípio, não será enquadrado ao REIDI por não estar de acordo com a referência de investimentos permitido (art. 6º, §1º).

 

  • INDEFERIMENTO DE REQUERIMENTOS JÁ APRESENTADOS: Os pedidos de enquadramento ao REIDI que tenham sido apresentados em data anterior à publicação da Portaria serão indeferidos e arquivados pela ANEEL.

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A 28ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP28), realizada em Dubai, Emirados Árabes Unidos, e encerrada em 13 de dezembro de 2024, trouxe um legado significativo para o setor de infraestrutura. Como um dos eventos globais mais relevantes, a COP reúne anualmente líderes mundiais, especialistas, membros da sociedade civil e representantes da ONU para debater soluções para as mudanças climáticas e sua implementação. O foco está na transição verde da economia e na adaptação aos impactos dos eventos climáticos já em curso. O setor de infraestrutura, essencial para o desenvolvimento econômico e social, ocupa papel central nesse debate e nas decisões tomadas.

A relação entre infraestrutura e mudanças climáticas é incontornável. De um lado, o setor enfrenta riscos crescentes com eventos extremos que comprometem sua resiliência e a continuidade dos serviços essenciais. De outro, estima-se que a infraestrutura seja responsável por 79% das emissões globais de gases de efeito estufa (GEE) e 88% dos custos totais de adaptação. Essa interdependência reforça a necessidade de integrar a agenda climática ao planejamento e à tomada de decisões sobre infraestrutura.

Diante desse cenário, a participação ativa do setor nas discussões e ações climáticas é indispensável. Para contribuir com essa reflexão, este relatório — liderado pela sócia Ana Claudia La Plata de Mello Franco — explora a relação entre infraestrutura e mudanças climáticas, analisa os impactos das decisões políticas sobre o tema e destaca os principais insights da COP28 para o setor. Nosso objetivo é fornecer subsídios para uma melhor avaliação de riscos e identificação de oportunidades nos próximos anos.

Boa leitura!

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Está aberta a Consulta Pública do edital e minuta de contrato para a concessão comum dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário no município de Patos de Minas/MG.

O prazo para envio de contribuições, questionamentos e sugestões deve ser feito até o dia 30/01/2024, por meio do link:

https://patosdeminas.mg.gov.br/ppp/saneamentoaguaesgoto/

A Audiência Pública do projeto acontecerá no dia 29 de janeiro, às 17 horas, no Município de Patos de Minas/MG. A participação é aberta a qualquer pessoa física ou jurídica.

Toledo Marchetti Advogados, Terrafirma Consultoria e INFRAWAY Engenharia integram o consórcio responsável pela elaboração dos estudos de modelagem desse projeto.

Convidamos todos os interessados na temática a participarem!

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Foi publicada, no dia 10 de janeiro de 2024, a Lei nº 14.801/2024, que, dentre outras providências, promoveu a instituição de uma nova categoria dos títulos destinada à captação de recursos financeiros: as chamadas “debêntures de infraestrutura”. A nova Lei é recebida de maneira positiva no que se refere à expectativa de captação de investimentos e aprimoramento do ambiente de financiamento de projetos no setor de infraestrutura.

 

Debêntures de Infraestrutura: Novidades e Expectativas

 

As novas debêntures de infraestrutura poderão ser emitidas por sociedades de propósito específico, concessionárias, permissionárias, autorizatárias ou arrendatárias, desde que constituídas sob a forma de sociedade por ações. Os recursos arrecadados devem ser aplicados, necessariamente, no financiamento de projetos prioritários de investimento em infraestrutura ou produção econômica intensiva em pesquisa, desenvolvimento e inovação, cujo detalhamento das áreas elegíveis será definido em regulamento.

 

Uma das vantagens significativas trazidas pela nova legislação é a dispensa da aprovação ministerial prévia para projetos nos setores prioritários, conforme listados em regulamento. Isso não apenas simplifica, mas também agiliza o processo de emissão das debêntures de infraestrutura. Adicionalmente, no contexto das debêntures incentivadas (anteriormente instituídas pela Lei nº 12.431/2011), não haverá necessidade de aprovação ministerial prévia para projetos de setores já listados no Decreto 8.874/2016, eliminando uma barreira que até então impunha maior complexidade às emissões.

 

A nova Lei também abre a possibilidade de inclusão de cláusulas de correção cambial nas emissões das debêntures de infraestruturas, previsão essa sujeita à regulamentação pelo Poder Executivo. Tal modalidade fortalece a atratividade dessas debêntures no cenário internacional, estimulando a participação de investidores estrangeiros no financiamento de projetos no Brasil.

 

Ao oferecer vantagens fiscais, simplificar processos e atrair investidores nacionais e estrangeiros para projetos de longo prazo, as debêntures de infraestrutura não apenas se destacam como instrumentos financeiros, mas também se consolidam como elementos catalisadores essenciais para impulsionar o desenvolvimento econômico no setor de infraestrutura.

 

A Equipe do Toledo Marchetti vem acompanhando de perto todas as inovações relacionadas ao mercado de infraestrutura e está à disposição para compartilhar suas percepções sobre este universo, inclusive em relação ao tema abordado neste informativo.

 

Debêntures de Infraestrutura x Debêntures Incentivadas.

 

As debêntures são títulos de dívida emitidos por empresas com objetivo de angariar recursos no mercado financeiro. Ao subscrever uma debênture, o investidor estará, em essência, emprestando dinheiro ao emissor com a expectativa de recebimento do montante no futuro, devidamente corrigido pelo índice de juros previamente estipulado nos instrumentos formais da emissão.

 

Embora substancialmente semelhantes, as novas debêntures de infraestrutura são diferentes das já conhecidas debêntures incentivadas – estas regulamentadas pela Lei nº 12.431/2011 –, principalmente por concentrarem os benefícios fiscais no emissor do título e não em seu comprador.

 

Com efeito, as debêntures de infraestrutura permitem ao emissor não apenas (i) deduzir o montante correspondente aos juros pagos ou incorridos durante seu exercício social da base de cálculo do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL); como também (ii) excluir o percentual 30% (trinta por cento) do montante dos juros pagos no exercício fiscal para fins de determinação do lucro real e da base de cálculo da CSLL.

 

Espera-se que os benefícios fiscais atrelados às debêntures de infraestrutura proporcionem a redução dos custos relacionados à sua emissão, o que poderá resultar na proposição pelos emissores de taxas de juros mais atrativas aos investidores, ampliando o mercado endereçável e incentivando de forma indireta a participação de investidores institucionais, especialmente entidades jurídicas que não se beneficiavam das debêntures incentivadas tradicionais, como fundos de pensão.

 

Em linhas gerais, as debêntures incentivadas podem ser mais apropriadas para transações de curto prazo e menor risco, ao passo que as debêntures de infraestrutura surgem como uma opção para projetos de longo prazo.  De todo modo, os emissores terão a flexibilidade de escolher, entre as duas opções, aquela mais adequada aos seus objetivos e premissas de capitalização, levando em conta, inclusive, quais categorias de investidores lhes interessa atrair.

 

À título ilustrativo, segue abaixo um breve comparativo entre referidos tipos de debêntures:

 

 

Debêntures Incentivadas

 

Debêntures de Infraestrutura

 

Base normativa

Lei nº 12.431/11, regulamentada pelo Decreto 8.874/16 (alterado pelo Decreto 11.498/23)

Lei nº 14.801/24, e regulamento que será publicado no prazo de 30 (trinta) dias a contar da sua publicação.

 

Emissores

Sociedades de propósito específico, concessionárias, permissionárias, autorizatárias ou arrendatárias, constituídas sob a forma de sociedade por ações.

Sociedades de propósito específico, concessionárias, permissionárias, autorizatárias ou arrendatárias, constituídas sob a forma de sociedade por ações.

 

Destinação dos Recursos e Setores Envolvidos

Projetos de investimento na área de infraestrutura ou de produção econômica intensiva em pesquisa, desenvolvimento e inovação.

 

Setores definidos no Decreto Nº 8.874/16 (logística e transporte; mobilidade urbana; energia; telecomunicações; radiodifusão; saneamento básico; irrigação; educação; saúde; segurança pública e sistema prisional; parques urbanos e unidades de conservação; equipamentos culturais e esportivos; habitação social e requalificação urbana)

 

 

Projetos de investimento na área de infraestrutura ou de produção econômica intensiva em pesquisa, desenvolvimento e inovação.

Definição dos setores depende de regulamento do Poder Executivo federal.

Benefícios Fiscais

Direcionados ao investidor.

 

Benefícios:

 

Quando pessoa física, redução da alíquota do IR sobre os rendimentos obtidos para o investidor para 0% .

 

Quando pessoa jurídica, redução da alíquota do IR sobre os rendimentos obtidos para o investidor para 15%.

 

Direcionados ao emissor.

Benefícios:

Dedução do IR e da CSLL o valor correspondente à soma dos juros incorridos.

Exclusão de 30% dos juros apurados pela emissora na determinação do lucro real e da base de cálculo da CSLL.

Tributação de Investidores Estrangeiros

IR para ganho de capital e rendimento com alíquota 0%

para investidores estrangeiros.

 

 

Regra geral: Alíquota do IR sobre os rendimentos obtidos de 15%.

 

Residente em País com tributação favorecida: Alíquota do IR sobre os rendimentos obtidos de 25%.

 

Investidores Alvo

Embora sejam acessíveis a todos os tipos de investidores, as debêntures incentivadas são particularmente atraentes para pessoas físicas devido aos benefícios fiscais

Investidores institucionais (fundos de pensão, por exemplo), que buscam investimentos rentáveis de longo prazo e possivelmente serão beneficiados por taxas de juros mais atrativas, conforme oferta pelo emissor.

 

Requisitos para emissão Enquadramento nos setores prioritários e nos critérios definidos no Decreto Nº 8.874/16 nesse caso, dispensada aprovação ministerial prévia*

 

Poderá ser exigida portaria de prioridade para outros projetos.

 

*Inserido pela Lei nº 14.801/24. Até então, somente era possível emitir debêntures incentivadas após edição de portaria de prioridade do projeto.

Enquadramento nos setores prioritários e nos critérios a serem definidos em regulamento (a ser editado).

Dispensada a aprovação ministerial prévia.

Cláusula de variação da Taxa Cambial Não é permitida.

É permitida.

Dependerá de regulamento